terça-feira, 30 de abril de 2013




Felicidade é calma. Consciência. 
É ter talento para aturar o inevitável, é tirar algum proveito do imprevisto, é ficar debochadamente assombrado consigo próprio: como é que eu me meti nessa, como é que foi acontecer comigo? 
Pois é, são os efeitos colaterais de se estar vivo.



Muitos daqueles que te chamam de louca, sonham em ter a sua coragem!

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Fizemos tudo errado. Não deveríamos ter nos beijado nos primeiros minutos.
Não deveríamos ter dormido de conchinha já na primeira noite.
Não deveríamos atravessar as madrugadas rindo.

Não deveríamos transformar todo abraço em esquina.
Não deveríamos denunciar nossos pensamentos, permitir o ciúme, expor os nossos defeitos.

Não deveríamos, é o que os amigos me ensinaram. Para conquistar alguém, é obrigatório esconder o jogo, fingir independência, disfarçar o arrebatamento.
Falhamos, amor. Somos afoitos, ansiosos, sinceros.
Fracassamos no drama, perdemos a concentração. Somos péssimos atores do desejo.
Nossa história poderia ser diferente.
Eu não deveria ter atendido ao telefone no primeiro toque.
Você não deveria ter atendido ao interfone no primeiro chamado.
Eu não deveria ter dito que sentia saudade na segunda hora.
Você não deveria ter dito que sonhava comigo.
Eu não deveria ter pedido em namoro no segundo dia.
Você não poderia ter aceitado.
Eu não poderia ter mandado flores.
Você não deveria ter regado as plantas de minha casa.
Eu não deveria ter apresentado meu filho no final de semana.
Você não deveria ter tomado um Nescau em nossa segunda noite.
Eu não deveria ter deitado em seu colo para assistir tevê.
Você não deveria ter me apresentado sua mãe e seu pai na primeira semana.
Eu não deveria ter convidado para uma festa do trabalho no terceiro dia.
Você não deveria ter deixado um vestido em meu armário.
Eu não deveria falar de minha vida de solteiro.
Você não deveria descrever seus antigos relacionamentos.
Eu não deveria ter separado uma prateleira para colocar suas roupas.
Você não deveria ter segurado o guarda-chuva.
Eu não deveria abrir a porta do carro e puxar sua cadeira no restaurante.
Pecamos, tropeçamos na bondade.
Você não deveria ter dito que nunca teve tanta intimidade com alguém.
Eu não deveria ter dito que a amava depois da terceira noite.
Bem que nos avisaram que seduzir é se aguentar, é se conter, é não demonstrar os próprios sentimentos.
Fizemos tudo errado, por isso estamos juntos.
Amor é exceção, amor é quebrar as regras.


Você é o melhor ser humano entre os piores que já conheci. Ou o pior entre os melhores. Não sei. Sei que eu inexplicavelmente estou na tua e você sabe disso.


Diz que já não sente nada, que superou, que esqueceu, mas toda santa noite alimenta as lembranças com fotos, relembra as guerras perdidas, as saudades cortantes, as esperas intermináveis. 
Percebe que tem tudo de alguém que já não tem mais. 
E se pergunta bem baixinho do que sente falta, mesmo sabendo a resposta… não responde, congela, se cala, se engana.

sexta-feira, 5 de abril de 2013



Quando nada parece dar certo, vou ver o cortador de pedras martelando sua rocha talvez 100 vezes, sem que uma única rachadura apareça. Mas na centésima primeira martelada a pedra se abre em duas, e eu sei que não foi aquela que conseguiu isso, mas todas as que vieram antes.

segunda-feira, 1 de abril de 2013



Pensei em sumir. Desaparecer. Despistar. Fingir. Só que eu não vou. Vou me esforçar e acreditar que tudo vai ficar bem. A esperança nos mantém vivos, certo? A fé nos faz andar para a frente, certo? Então tá certo. Ficamos combinados dessa forma. Não espere poesia, linhas bem feitas, palavras bonitas. Simplesmente não posso. Agora não. Não sou de ferro. E está doendo.
Eu sou assim: eu vou sumir quando você menos esperar, eu vou surtar com você, vou querer que você sinta medo, orgulho, paixão, tesão, fome de mim. Eu vou ter as vontades mais loucas, eu vou sentir inveja até da sua sombra por estar perto de você de dia, e do seu travesseiro por estar com você a noite. Eu vou aparecer só pra você me perceber, eu vou sumir e aparecer milhões de vezes pra você me notar. Eu vou ter sede da sua atenção, eu vou querer seu “mas eu te amo” quando eu disser “eu te odeio, e não quero mais te vê por aqui”, eu vou querer um beijo roubado no meio daquela briga, eu vou querer seus elogios quando o espelho estiver de mal comigo, eu vou querer sua sinceridade quando for necessário, e a sua doce mentira quando minha vaidade precisar, eu vou querer surpresas no meio do dia, ligações inesperadas, eu vou respirar você, eu vou amar você… E aí vai querer mesmo cruzar meu caminho?