terça-feira, 27 de dezembro de 2011



(...) Aprendi o perigo de concentrar-se apenas no que não está ali. E se no fim da vida eu compreendesse que passara cada dia esperando um homem que nunca viria? Que dor insuportável seria entender que eu realmente nunca saboreara as coisas que tinha comido, nem enxergara direito os lugares aonda havia estado, porque só pensava nele, enquanto minha vida estava passando. Mas se afastasse dele meus pensamentos, o que me sobraria de vida? Seria como uma bailarina que treina desde a infância um espetáculo que jamais apresentaria.

(Memórias de uma Gueixa)


Essa vida viu. Pode ser boa que é uma coisa. Já chorei muito, já doeu muito esse coração. Mas agora tô, ó, tá vendo? De pedra. Nem pena do mundo eu consigo mais sentir. Minha pureza era linda, mas ninguém entendia ela, ninguém acolhia ela. Todo mundo só abusava dela. Agora ninguém mais abusa da minha alma pelo simples fato de que eu não tenho mais alma nenhuma. Já era. É isso que chamam de ser esperto? Nossa, então eu sou uma ninja. Bate aqui no meu peito. Sentiu o barulho de granito?


segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Aí está você!

E então minha inspiração voltou...
Descobri que ela volta sempre que eu tô sofrendo!
E acho que não sou a única escritora que sofre desse mal!
Porque quando tudo está bem, quando o mundo está cor-de-rosa você tenta, tenta, tenta e não sai nada que preste da sua cabeça. Mas basta uma decepção, um coração partido e pronto! Parece que começam a brotar mil idéias e mil textos melodramáticos da minha cabeça!
E aí meu blog fica cheio de mimimi ! 
Hoje mesmo escrevi um texto, e quando terminei ele, parei pra ler e pensei: "Não, eu não escrevi isso..."
De tão bonito (e triste) que ficou. Mas não postei aqui porque achei ele meio forte e se pessoas erradas lêssem aquele texto na hora iriam pensar: "Háá, eu sabia que ela tava apaixonada/envolvida com ele."
De qualquer forma, quem precisava ler, leu. Não porque eu quisesse que lêsse, porque insistiram pra ler. E além do mais, num passado bem recente (e às vezes parece à uma eternidade) essa pessoa era fã #1 do Pequeno Mundo Paralelo (tirando o outro fã psicopata!)
O caso é que graças a tudo isso, aqui estou eu. Fazendo o que mais amo fazer, escrever! 
Talvez também eu consiga terminar de escrever meu livro que há décadas tá empacado no mesmo lugar. 
Talvez também eu consiga terminar meu TCC que nem ao menos comecei a fazer.
Talvez agora que eu descobri que contos de fadas não existem eu consiga raciocinar melhor!

domingo, 25 de dezembro de 2011

Então peguei meu celular, assim, meio ocupada, óculos e tal e mordendo o lábio inferior um pouco ressecado e, sem dó, deletei seu número de celular. Deletei as mensagens de texto também. E deletei seu nome e as fotos e a música e tudo.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011


Eu sei, eu sei, o eterno clichê “isso passa”. Passa sim e, quando passar, algo muito mais triste vai acontecer: eu não vou mais te amar.
É triste saber que um dia vou ver você passar e não sentir cada milímetro do meu corpo arder e enjoar. É triste saber que um dia vou ouvir sua voz ou olhar seu rosto e o resto do mundo não vai desaparecer. O fim do amor é ainda mais triste do que o nosso fim.
Meu amor está cansado, surrado, ele quer me deixar para renascer depois, lindo e puro, em outro canto, mas eu não quero outro canto, eu quero insistir no nosso canto.
Eu me agarro à beiradinha do meu amor, eu imploro pra que ele fique, ainda que doa mais do que cabe em mim, eu imploro pra que pelo menos esse amor que eu sinto por você não me deixe, pelo menos ele, ainda que insuportável, não desista.


Eu tenho um milhão de motivos pra fugir de pensar em você, mas em todos esses lugares você vai comigo. Você segura na minha mão na hora de atravessar a rua, você me olha triste quando eu olho para o celular pela milésima vez, você sente orgulho de mim quando eu solto uma gargalhada e você vira o rosto se algum homem vem falar comigo. Você prefere não ver, mas eu vejo você o tempo todo.




Uma mulher não perdoa uma única coisa no homem: que ele não ame com coragem. 
Pode ter os maiores defeitos, atrasar-se para os compromissos, jogar futebol no sábado com os amigos, soltar gargalhada de hiena, pentear-se com franjinha, ter pêlos nas costas e no pescoço, usar palito de dente, trocar os talheres de um momento para outro. Qualquer coisa é admitida, menos que não ame com coragem...

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Hoje eu acordei numa casa diferente, num quarto diferente, sem nenhuma muleta, sem nenhuma maquiagem, meus amigos estão ocupados, meus pais não podem sofrer por mim. Hoje eu acordei sem nada no estômago, sem nada no coração, sem ter para onde correr, sem colo, sem peito, sem ter onde encostar, sem ter quem culpar. Hoje eu acordei sem ter quem amar, mas aí eu olhei no espelho e vi, pela primeira vez na vida, a única pessoa que pode realmente me fazer feliz.

Às vezes, é mais fácil dizer que você está bem do que tentar explicar todas as razões pelas quais você não está.

domingo, 18 de dezembro de 2011


Levanta dessa cama garota. Anda! Sei que tá doendo, mas levanta. Coloca uma roupa. Passa a maquiagem. Arruma esse cabelo. Ajeita a armadura. Segura o coração. Sai por aquela porta. Enfrenta o vento. Sorri pro Sol. Segura o coração. Olha pra ele. Passa reto. Não caia. Não caia. Engole o choro. Fingi de morta quando ele falar com você. Seja fria. Continue andando. Enfrente seus problemas de cara. Reaja. Vai. Tá pensando que é só você que sofre? Tá enganada. Anda menina! Para de ser infantil. A culpa não é de ninguém... Se apaixonou agora segura. Anda. Seja forte. Seja feliz. Seja uma mulher.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Sim, te perdôo!

Olha só... quanto tempo eu não escrevia algo de minha autoria nesse blog!
Sei lá, ultimamente venho achando mais produtivo postar textos bonitos do que as coisas malucas que se passam na minha cabeça.
Mas hoje eu queria protestar! Contra mim mesma!
Contra a minha falta de coragem e à minha alta consideração por algumas pessoas que simplesmente não merecem consideração nenhuma.
Tipo quando eu aceitei ir numa festa que eu não tava afim de ir, mas um amigo insistiu muito e até me empolguei depois, só que não pude ir porque fiquei plantada que nem uma árvore de Natal, toda arrumada esperando uma carona inexistente vir me buscar. Pior foi saber depois que meu querido amigo foi na festa. Sozinho. Porque pra ele tinha carona.
Acontece que esse amigo já se declarou pra mim, e eu poderia muito bem ter sido uma insensível, ter dado um fora, ou simplesmente ter sido curta e grossa: não rola. Mas eu não queria magoar seus sentimentos, falei pra ele cheia de dedos que a amizade dele é muito mais importante, que entre nós só rola amizade mesmo e que eu sentia muito, mas que por hora eu só via ele como meu melhor amigo. 
Por que eu tenho consideração com as pessoas. Eu me importo com o sentimento alheio. Mas o bonito nem pensou nisso quando foi pra me deixar lá, esperando... esperando... até eu saber que não tinha carona pra mim.

Ou então quando me falam algum desaforo e eu até penso numa resposta perfeita a ser dada, mas simplesmente me calo. Porque eu sou uma cagona que engole um monte de sapo pra "evitar confusão".
Ou ainda, quando umas e outras que do nada decidem parar de falar comigo, passam por mim sem nem ao menos dar um oi, falam horrores de mim pelas minhas costas, e tão repentinamente quanto param de falar comigo, voltam a falar porque querem algum favor, e eu ainda dou trela. Converso, sou educada, respondo, até digo que sim, meu Deus, que sim eu faço o favor que estão me pedindo. 
Alôôôôu, era pra eu ser uma estúpida, ou simplesmente tratar as criaturas com a mesma indiferença que me tratam, dizer não pra qualquer coisa que me peçam. 
Eu não sei se sou educada demais, civilizada demais, preocupada demais com os outros, ou uma trouxa, boca-aberta, bobinha que não sabe abrir a boca pra dizer uma grosseria. 
O pior é que parece que as coisas estão acumulando... acumulando...
Eu não queria estar na pele de quem quer que seja quando a coisa toda explodir.
E quem garante que não vá apenas continuar acumulando... acumulando?

Vou voltar a postar os textos bonitinhos de sempre, eu prometo!




sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

"Não se concentre tanto nas minhas variações de humor, apenas insista em mim. Se eu calar, me encha de palavras, me faça querer dizer outra vez e outra vez sobre você, sobre nós e todo esse amor. Se eu chorar não me faça muitas perguntas, não precisa nem secar minhas lágrimas. Só me diz que você continuará comigo pra tudo, que tenho teu colo e teu carinho. E ainda que te doa me ver assim, me envolva nos teus braços e diga que eu posso chorar, mas que você não sairá dali enquanto eu não sorrir. Por que é isso que nos importa, não é? O sorriso um do outro."

domingo, 4 de dezembro de 2011


"Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieto e agitado: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração..."



"Se tivesse acreditado na minha brincadeira de dizer verdades teria ouvido verdades que teimo em dizer brincando, falei muitas vezes como um palhaço mas jamais duvidei da sinceridade da platéia que sorria."

sábado, 3 de dezembro de 2011


Eu não sabia, Senhor, que o mundo era tão vasto e doloroso. E que, desejando a vastidão do mundo, meu coração conheceria também a vastidão da dor. Por que, Senhor meu, permitiste que eu tentasse fugir da minha pequenez? Por que me deste todos esses sonhos muito maiores do que eu?




domingo, 27 de novembro de 2011

Às vezes você é tão bobo, e me faz sentir tão boba, que eu tenho pena de como o mundo era bobo antes da gente se conhecer. Eu queria assinar um contrato com Deus: se eu nunca mais olhar para homem nenhum no mundo, será que ele deixa você ficar comigo pra sempre? Eu descobri que tentar não ser ingênua é a nossa maior ingenuidade, eu descobri que ser inteira não me dá medo porque ser inteira já é ser muito corajosa, eu descobri que vale a pena ficar três horas te olhando sentada num sofá mesmo que o dia esteja explodindo lá fora. E quando já não sei mais o que sentir por você, eu respiro fundo perto da sua nuca, e começo a querer coisas que eu nem sabia que existiam. (...) Eu olhei para você com aquela sua jaqueta que te deixa com tanta cara de homem e me senti tão ao lado de um homem, que eu tive vontade de ser a melhor mulher do mundo. E eu tive vontade de fazer ginástica, ler, ouvir todas as músicas legais do mundo, aprender a cozinhar, arrumar seu quarto, escrever um livro, ser mãe. (...) Eu te engoli e você é tão grande pra mim que eu dedico cada segundo do meu dia em te digerir. E eu não tenho mais fome, e eu tenho que ter fome porque eu não quero você namorando uma magrela. E eu sonhei com você e acordei com você, e eu te olhei e falei que eu estava muito magrela, e você me mandou dormir mais, e me abraçou. Eu preciso disfarçar que não paro mais de rir, mas aí olho pra você e você também está sempre rindo. Se isso não for o motivo para a gente nascer, já não entendo mais nada desse mundo. (...) Você me transformou no eufemismo de mim mesma, me fez sentir a menina com uma flor daquele poema, suavizou meu soco, amoleceu minha marcha e transformou minha dureza em dança. Você quebrou minhas pernas, me fez comprar um vestido cheio de rendas e babados, tirou as pedras da minha mão. Você diz que me quer com todas as minhas vírgulas, eu te quero como meu ponto final.


Eu amo desorganizado, desenvergonhado. Tenho um amor que não é fácil de compreender porque é confuso. Não controlo, não planejo, não guardo para o mês seguinte. A confusão é quase uma solidão adicional. Uma solidão emprestada. Sou daqueles que pedirá desculpa por algo que o outro nem chegou a entender, que mandará nova carta para redimir uma mágoa inventada, que estará se cobrando antes de dizer. Basta alguém me odiar que me solidarizo ao ódio. Quisera resistir mais. Mas eu faço comigo a minha pior vingança. Amar demais é o mesmo que não amar. A sobra é o mesmo que a falta. Desejava encontrar no mundo um amor igual ao meu. Se não suporto o meu próprio amor, como exigir isso?
Um dia li uma frase em Hegel: "nada de grande se faz sem paixão". Mas nada de pequeno se faz sem amor. A paixão testa, o amor prova. A paixão acelera, o amor retarda. A paixão repete o corpo, o amor cria o corpo. A paixão incrimina, o amor perdoa. A paixão convence, o amor dissuade. A paixão é desejo da vaidade, o amor é a vaidade do desejo. A paixão não pensa, o amor pesa. A paixão vasculha o que o amor descobre. A paixão não aceita testemunhas, o amor é testemunha. A paixão facilita o encontro, o amor dificulta. A paixão não se prepara, o amor demora para falar. A paixão começa rápido, o amor não termina.
Não me dou paz sequer um segundo. Medo imenso de perder as amizades, de apertar demais as palavras e estragar o suco, de ser violento com a respiração e virar asma. Até a minha insegurança é amor. O pente nos meus cabelos é faca enquanto é garfo para os demais. Sofro incompetência natural para medir a linguagem das laranjas, acredito desde pequeno que tudo o que cabe na mão me pertence. Minha lareira não dura uma noite, esqueço da reposição das achas, do envolvimento da lenha no jornal, de assoprar o fundo. Brigo com o bom senso. Ou sinto calor demais ou sinto frio demais. Uma ânsia de ser feliz maior do que a coordenação dos braços. Um arroubo de abraçar e de se repartir, de se fazer conhecer, que assusta. Parece agressivo, mas é exagerado. Conto tragédias de forma engraçada, falo de coisas engraçadas como uma tragédia. Nunca o riso ou o choro acontece quando quero. Cumprimento como se fosse uma despedida. Desço a escada de casa ao trabalho com resignação, mas subo na volta pulando os degraus. Esse sou eu: que vai pela esperança da volta.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011


Eu vou gostando, eu vou cuidando, eu vou desculpando, eu vou superando, eu vou compreendendo, eu vou relevando, eu vou… e continuo indo, assim, desse jeito, sem virar páginas, sem colocar pontos. E vou dando muito de mim, e aceitando o pouquinho que os outros tem para me dar.


terça-feira, 22 de novembro de 2011


"Quem pode explicar o que me acontece dentro? Eu tenho que responder às minhas próprias demências e tenho que ser discreta para me receber em confiança.
E tenho que ser lógica para entender minha própria confusão. Ser ao mesmo tempo o veneno e o antídoto."


sábado, 19 de novembro de 2011

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Mas acontece tipo assim: lembro do seu rosto, do seu abraço, do seu cheiro, do seu olhar, do seu beijo e começo a sorrir, é assim mesmo, automático, como se tivesse uma parte do meu cérebro que me fizesse por um instante a pessoa mais feliz do mundo, mas que só você, de algum modo, fosse capaz de ativar. Eu sei, é lindo. Mas logo em... seguida, quando penso em quão longe você está sinto-me despedaçar por inteira. Sabe a sensação de arrancar um doce de uma criança? Pois é, sou essa criança. E dói. Uma dor cujo único remédio é a sua presença. Então sigo assim, penso em você, sorrio, sofro e rezo, peço pra Deus cuidar da gente, amenizar essa dor e trazer logo a minha cura.



Tô me afastando de tudo que me atrasa, me engana, me segura e me retém. Tô me aproximando de tudo que me faz completo, me faz feliz e que me quer bem. Tô aproveitando tudo de bom que essa nossa vida tem. Tô me dedicando de verdade pra agradar um outro alguém. Tô trazendo pra perto de mim quem eu gosto e quem gosta de mim também. Ultimamente eu só tô querendo ver o ‘bom’ que todo mundo tem. Relaxa, respira, se irritar é bom pra quem? Supera, suporta, entenda: isento de problemas eu não conheço ninguém. Queira viver, viver melhor, viver sorrindo e até os cem. Tô feliz, to despreocupado, com a vida eu to de bem.




Escrevo e pronto. Escrevo porque preciso. Preciso porque estou tonto. Ninguém tem nada com isso. Escrevo porque amanhece. E as estrelas lá no céu, lembram letras no papel, quando o poema me anoitece. A aranha tece teias. O peixe beija e morde o que vê. Eu escrevo apenas. Tem que ter por quê?

quarta-feira, 16 de novembro de 2011



Eu abandono tudo, história, passado, cicatrizes. Mudo o visual, deixo o cabelo crescer, começo a comer direito, vou todo dia pra academia. Mas você tem que prometer que vai remar também, com vontade! Eu começo a ler sobre política, futebol, ficção científica. Aprendo a pescar, se precisar. Mas você tem que remar também. Eu desisto fácil, você sabe. E talvez essa viagem não dure mais do que alguns minutos, mas eu entro nesse barco, é só me pedir. Perco o medo de dirigir só pra atravessar o mundo pra te ver todo dia. Mas você tem que me prometer que vai remar junto comigo. Mesmo se esse barco estiver furado eu vou, basta me pedir. Mas a gente tem que afundar junto e descobrir que é possível nadar junto. Eu te ensino a nadar, juro! Mas você tem que me prometer que vai tentar, que vai se esforçar, que vai remar enquanto for preciso, enquanto tiver forças! Você tem que me prometer que essa viagem não vai ser a toa, que vale a pena. Que por você vale a pena. Que por nós vale a pena.
Remar.
Re-amar.
Amar.

Podia ser só amizade, paixão, carinho, admiração, respeito, ternura, tesão. Com tantos sentimentos arrumados cuidadosamente na prateleira de cima, tinha de ser justo amor, meu Deus?
Porque quando fecho os olhos, é você quem eu vejo; aos lados, em cima, embaixo, por fora e por dentro de mim. Dilacerando felicidades de mentira, desconstruindo tudo o que planejei, abrindo todas as janelas para um mundo deserto. É você quem sorri, morde o lábio, fala grosso, conta histórias, me tira do sério, faz ares de palhaço, pinta segredos, ilumina o corredor por onde passo todos os dias. (...)





terça-feira, 15 de novembro de 2011

Eu, por exemplo, gosto do cheiro dos livros. Gosto de interromper a leitura num trecho especialmente bonito e encostá-lo contra o peito, fechado, enquanto penso no que foi lido. Depois reabro e continuo a viagem. (…) Gosto do barulho das paginas sendo folheadas. Gosto das marcas de velhice que o livro vai ganhando: (…) a lombada descansando, o volume ficando meio ondulado com o manuseio. Tem gente que diz que uma casa sem cortinas é uma casa nua. Eu penso o mesmo de uma casa sem livros.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

 Vou ao supermercado e observo o crescimento do setor de dietéticos. Abro revistas e me deparo com as exigencias de ter um corpo esbelto. As clínicas de cirurgia plástica estão com a agenda lotada de homens e mulheres esperando sua vez para lipoaspirar, contar, reduzir. A sociedade toda conspira a favor da magreza, e de certo modo isso é positivo, sem magro faz bem para a auto-estima e para a saúde. Mas não tenho visto ninguém estimular outro tipo de dieta igualmente necessária para o bem estar da população. Encontro suco light, chocolate light, iogurte light, mas pessoas light é raridade.
Muita gente se preocupa em ser magro, mas não se preocupa em ser leve. Tem criaturas aí pesando 48 quilos e é um chumbo. São aqueles que vivem se queixando. Possuem complexo de perseguição, acham que o planeta inteiro está contra eles. Não se dão conta de sua arrogância, possuem a certeza de que são a razão da existência do universo. Estão sempre dispostos a fazer uma piadinha maldosa, uma fofoquinha desabonadora sobre alguém. Ressintidos, puxam o tapete dos outros para se manter em pé. Não conseguem ver graça em nada, não relevam as chatices domuns do dia-a-dia, levam tudo demasiadamente a sério. são patrulhadores, censores, carregam as dores do mundo nas costas. Magrinhos, é verdade. Mas que gente pesada.
Ser minimalista todo mundo acha moderno, mas ser leve - cruzes! - parece pecado mortal. Os leves, segundo os pesados, não têm substância, não têm profundidade, não têm consciência intelectual: não são leves, e sim levianos. Os pesados não conseguem fechar o zíper das suas roupas de tanto preconceito saltando pra fora.
Não bastasse a carga tributária, a violência, a burocracia e a corrupção, ainda temos que enfrentar pessoas rudes, sem a menor vocação para se divertir. Diversão - segundo os pesados, mais uma vez - é algo alienante e sem serventia. Eles não entendem como alguém pode extrair prazer de coisas sérias como trabalho e família. Não entendem como é que tem gente que consegue viver sem armar barracos e criar problemas.
Eu proponho uma campanha de saúde pública: vamos ser mais bem-humorados, mais desarmados. Podemos ser cidadãos sérios e responsáveis e, ao mesmo tempo, leves. Basta agir com delicadeza, soltura, autenticidade, sem obediência cega às convenções, aos padrões, ao patrões. Um pouco mais de jogo de cintura, de criatividade, de respeito às escolhar alheias. Vamos deixar para sofrer pelo que é realmente trágico, e não por aquilo que é apenas um incômodo, senão fica impraticável atravessar os dias.
Dores de amor, falta de grana e angústias existenciais são contingências da vida, mas você não precisa soterrar os outros com seus lamentos e más vibrações. Sustente seu próprio fardo e esforce-se para aliviá-lo. Emagreça onde tem que emagrecer: no espírito, no humor. E coma de tudo, se isso ajudar.

domingo, 13 de novembro de 2011


Acorde, garota! Você é linda, inteligente, tem um ótimo perfume e seus olhos brilham mais que um punhado de purpurina. Por que chora? Perdeu em alguma esquina seu encanto?! Ninguém pode tirar de você seu mais belo sorriso, motivo de idas e vindas saltitantes. Coloque sua música favorita para tocar, respire fundo e faça o que de melhor sabe fazer: ser você.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Acredite em você mesmo, pois é só voce que pode se alto julgar. Ouse, arrisque e nunca se arrependa. Não desista jamais e saiba valorizar quem te ama, esses sim merecem seu respeito. Quanto ao resto, bom, ninguem nunca precisou de restos para ser feliz.

sábado, 29 de outubro de 2011



Não foi desejo. Nem vontade, nem curiosidade, nem nada disso. Foi um choque elétrico meio que de surpresa, desses que te deixa com o corpo arrepiado, coração batendo acelerado e cabelo em pé . Foi sentimento . Não foi planejado, nem premeditado. Foi só um querer estar perto e cuidar, tomar todas as dores e lágrimas como se fossem suas. A vontade e o desejo vieram depois, bem depois. Não foi um lance de corpo, foi um lance de alma. Não foram os olhos, nem os sorrisos, nem o jeito de andar ou de se vestir, foram as palavras. Uma saudade e uma urgência daquilo que nunca se teve, mas era como se já tivesse tido antes. Foi amor. É amor.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011


Você acha que eu sou louca? - Hum, acho que sim. Você é louca, louquinha, mas vou te contar um segredo: as melhores pessoas são!
 
(Alice no País das Maravilhas)
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Meu Deus, afasta de mim os venenos diários de quem não acrescenta, só diminui....
Mas não se preocupe. Sou essencialmente uma criatura egoísta. Quero demais sua companhia para fazer o que deveria.

(Crepúsculo)


quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Então, que seja doce. Repito todas as manhãs, ao abrir as janelas para deixar entrar o sol ou cinza dos dias, bem assim: que seja doce. Quando há sol, e esse sol bate na minha cara amassada do sono ou da insônia, contemplando as partículas de poeira soltas no ar, feito um pequeno universo, repito sete vezes para dar sorte: que seja doce que seja doce que seja doce e assim por diante. Mas, se alguém me perguntasse o que deverá ser doce, talvez não saiba responder. Tudo é tão vago como se fosse nada.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011


Sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você, eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas as coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que amar era só conseguir ver, e desamar era não mais conseguir ver, entende? 

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Grrrrrrrrrr



Geralmente eu sou bem calma. Mas veja bem, "geralmente" não quer dizer todo o tempo.
E tem horas que eu fico tão enfezada, que tenho que tomar cuidado pra que toda essa brabeza não transborde e eu saia por aí xingando o primeiro infeliz que se atravesse na minha frente.
Assim como eu controlo o meu ciúme. Sou muito civilizada. Nunca dei vexame, pretendo não dar.
Então quando eu fico com muito ciúme eu me seguro, respiro fundo, mantenho aquele olhar mortal, rogo as mais terríveis pragas da terra, imagino eu metralhando a pessoa numa parede, e mantenho sempre um sorrisinho nos lábios. Aquele sorrisinho maléfico de quem está imaginando algo muito, muito horrível. 
Claro que depois, o namorado que sofre né. Já deixei muitos roxos pelo corpo, por causa dos beliscões. Sorte dele que são só beliscões, eu seria capaz de coisas piores... #alouca
Mas o que realmente me irritou hoje, é um tal lá do meu serviço, chato, insuportavelmente chato, que faz tudo errado e sempre eu que pago o pato. Se bem que eu até deveria agradecê-lo, porque graças a ele eu tenho o que escrever hoje no blog, já que eu fiquei MUITO estressada. Mas já passou. Amanhã tem mais...
Mas em geral eu sou mesmo calma. Quase um anjo. ;)

sábado, 15 de outubro de 2011

Cuide bem do seu amor, seja quem for

Não adianta, as coisas num relacionamento sempre mudam.
Fato.
Num dia é assim, no outro é assado.
Tudo pode estar perfeitamente perfeito num dia e no outro tudo desaba, tudo se confunde, estranha-se...
Por que você fazia isso antes e não faz mais?
É apenas uma das perguntas que aparecem quando tudo muda.
Mas muda porque deixamos, porque nos permitimos mudar.
Tem um texto do Carpinejar que traduz muito isso, que deixamos as coisas mudar com um beijo dado sem ênfase, com um dia morno, uma indiferença, uma conversa surda. Muda porque queremos que mude. Decidimos que as coisas já não mais estão como antes. Facilitamos o estremecimento.
Não há culpados. Apenas talvez, achemos que a paixão dure pra sempre. Doce ilusão... Ela dura pouco, pouquíssimo. Mas o encanto, esse sim pode durar pra sempre, basta querermos, basta cultivarmos. 
Um gesto inesperado, uma surpresa, um carinho, uma palavra... 
São verdadeiros salvadores da Pátria!
O amor fica. Se for realmente verdadeiro, esse sim fica. Mas não significa que seja imortal. Muito pelo contrário, é tão mais frágil que qualquer outra coisa. 
Qualquer coisa não feita, qualquer palavra não dita, qualquer gesto não retribuído... 
Muda as coisas de vez.


E o amor é como um elástico, onde duas pessoas seguram cada uma em uma extremidade.
Se um dois dois solta, quem fica segurando sempre se machuca.



domingo, 9 de outubro de 2011

Felicidade



Felicidade?
Disse o mais tolo: "Felicidade não existe."
O intelectual: "Não no sentido lato."
O empresário: "Desde que haja lucro."
O operário: "Sem emprego, nem pensar!"
O cientista: "Ainda será descoberta."
O místico: "Está escrito nas estrelas."
O político: "Poder"
A igreja: "Sem tristeza? Impossível.... (Amém)"

O poeta riu de todos,
E por alguns minutos...
Foi feliz!

A Metamorfose ou os Insetos Interiores

Notas de um observador:

Existem milhões de insetos almáticos. Alguns rastejam, outros poucos correm. A maioria prefere não se mexer. 
Grandes e pequenos, redondos e triangulares, de qualquer forma são todos quadrados. 
Ovários, oriundos de variadas raízes radicais, ramificações da célula rainha, desprovidos de asas, não voam nem nadam. Possuem vida, mas não sabem. Duvidam do corpo, queimam seus filmes e suas floras.
Para eles, tudo é capaz de ser impossível. 
Alimentam-se de nós, nossa paz e ciência. Regurgitam assuntos e sintomas. Avoam e bebericam sobre as fezes, descansam sobre a carniça, repousam-se no lodo, lactobacilos vomitados sonhando espermatozóides que não são. Assim são os insetos interiores.
A futilidade encarrega-se de maestra-los. São inóspitos, nocivos, poluentes.
Abusam da própria miséria intelectual, das mazelas vizinhas, do câncer e da raiva alheia.
O veneno se refugia no espelho do armário.
Antes do sono, o beijo de boa noite. 
Antes da insônia, a benção.
Arriscam a partilha do tecido que nunca se dissipa: a família.
São soníferos, chagas sem curas. 
Não reproduzem, são inférteis, infiéis, infertebrados. 
Arrancam as cabeças de suas fêmeas, cortam os troncos, urinam nos rios e nas somas dos desagravos, greves e desapegos esquecem-se de si. 
Pontuam-se.
A cria que se crie, a dona que se dane. 
Os insetos interiores proliferam-se assim: na morte e na merda.
Seus sintomas? Um calor gélido e ansiado na boca do estômago.
Uma sensação de: o que é mesmo que se passa?
Um certo estado de humilhação conformada parece bem vindo e quisto.
É mais fácil aturar a tristeza generalizada que romper com as correntes de preguiça e mal dizer.
Silenciam-se no holocausto da subserviência. O organismo não se anima mais. 
E assim, animais ou menos assim, descompromissados com o próprio rumo.
Desprovidos de caráter e coragem, desatentos ao próprio tesouro...caem.
Desacordam todos os dias, não mensuram suas perdas e imposturas.
Não almejam, não alma, já não mais amor.
Assim são os insetos interiores.



"Eu não vou te pedir nada, não vou te cobrar aquilo que você não pode me dar. Mas uma coisa eu exijo: quando estiver comigo seja todo você. Corpo e alma. Às vezes mais alma, às vezes mais corpo. Mas por favor, não me apareça pela metade. (...)Não quero saber onde você mora, desde que saiba o caminho da minha casa. Não quero saber quanto você ganha, quero saber se ganha o dia quando pode me ver." 


sábado, 1 de outubro de 2011


"Cada um que passa em nossa vida passa sozinho, pois cada pessoa é única e nenhuma substitui a outra. Cada um que passa em nossa vida passa sozinho, mas não vai só nem nos deixa sós; leva um pouco de nós mesmos, deixa um pouco de si mesmo. Há os que levam muito mas não há os que não levam nada; há os que deixam muito mas não há os que não deixam nada. Essa é a maior responsabilidade de nossa vida e a prova evidente de que duas almas não se encontram por acaso."

(O Pequeno Príncipe)




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sexta-feira, 30 de setembro de 2011



Agora vou contar o que ele vê nela: ele vê, sim, que o corpo dela não é nem de longe parecido com o da Daniella Cicarelli, mas vê que ela tem uma coxa roliça e uma boca que sorri mais para um lado do que para o outro, e vê que ela, do jeito que é, preenche todas as suas carências do passado, e vê que ela precisa dele e isso o faz sentir importante, e vê que ela até hoje não aprendeu a fazer um rabo-de-cavalo decente, mas faz um cafuné que deveria ser patenteado, e vê que ela boceja só de pensar na palavra bocejo e que faz parecer que é sempre primavera, de tanto que gosta de flores em casa, e ele vê que ela é tão insegura quanto ele e é humana como todos, vê que ela é livre e poderia estar com qualquer outra pessoa, mas é ao seu lado que está, e vê que ela se preocupa quando ele chega tarde e não se preocupa se ele não diz que a ama de 10 em 10 minutos, e por isso ele a ama mesmo que ninguém entenda.


quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Você conhece milhares de pessoas e nenhuma delas te toca realmente. E aí você conhece uma pessoa e a sua vida muda. Pra sempre...

(Amor e Outras Drogas)