quinta-feira, 21 de abril de 2011

Romantismo Mórbido

Então, eu não queria ser, mas sou romântica ao extremo.
Do tipo que acredita em príncipe encantando, e casamentos eternos, e amores perfeitos e mimimi.
Mesmo sabendo que nada disso aí existe de fato, porque nada é perfeito sempre, senão seria um saco.
Mas olha, já sofri um bocado por esperar reações de pessoas que são totalmente desligadas desse tipo de coisa. E aí eu admito que a culpa é minha, em esperar uma coisa de uma pessoa que não liga a mínima pra romantismo.
Agora pouco tava lembrando que desde criança eu sou assim. Desde que descobri que meninos serviam pra gente amar e escrever bilhetinhos apaixonados e relatar em nossos diários o quanto gostávamos do jeito que ele mexia o cabelo na aula de matemática (ok, fiquei meio nostálgica). Mas enfim... Acho que isso começou lá pela 4ª série, onde eu achava que tinha descoberto o amor da minha vida, e foi aí que aconteceu a minha primeira decepção amorosa, porque ele gostava da loirinha perfeita de olhos verdes que sentava atrás dele. 
Gente, cheguei até a inventar um namoradinho de mentira, pra provar pras minhas amiguinhas que eu não tava nem aí pro tal fulano que não me dava bola (quando no fundo eu chorava minhas primeiras lágrimas de amor). Inventei tão fixamente, que uma hora eu cheguei a pensar que o Marcelo (era o nome do meu namorado imaginário) existia. Ele até me deu um anel. Ou eu me dei um anel - aqueles que vinham de brinde em pacotes de pipoca. Bom, o fato é que uma hora meio que começaram a desconfiar que ele não existia, porque realmente era fantasia demais um garoto de 10 anos pedir alguém em namoro, falar com meus pais e me dar um anel, mesmo que de plástico e que caía do meu dedo fino. Aí inventei que o Marcelo tinha se mudado de cidade. Acho até que cheguei a sofrer com a partida dele.
Mas então... Cresci e a única coisa que mudou foi que não invento mais amores perfeitos, porque nem na imaginação eles existem. 
Só é um saco mesmo esperar situações românticas, jantares, presentes surpresas, ou um simples bombom representando o quão eu sou importante e o fato de ter se lembrado de mim quando viu aquele sapato lindo de R$ 500,00 e resolveu comprá-lo (tá, to brincando!!)
Romantismo é uma merda. Eu queria ser bem desligada, como uma amiga minha, que não tá nem aí se o cara ligou pra ela; ela mesma nem queria que ele ligasse. Mas eu sou assim. Já estou calejada de decepções. O problema é nunca se acostumar com elas. Cada uma parece a primeira. Dói como se fosse a primeira, demora a cicatrizar como se fosse a primeira. Aí passa, respiro fundo, juro de pé junto que nunca mais vou ser trouxa e me decepciono de novo. É um ciclo.
Porque só uma pessoa romântica diz que nunca mais vai amar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário